Não há nada em que você não possa acreditar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A última carta.



Enquanto escrevo isso, está relampiando lá fora, me faz lembrar de tempos remotos que eu tinha alguém do meu lado, alguém que segurava a minha mão quando eu sentia medo, alguém que me ensinou a caminhar quando tudo que eu fazia era tropeçar, e nesses tropeços aprendi a ser alguém, aprendi a tratar o sexo oposto e como ser alguém de verdade com sentimentos de verdade, é uma pena que a vida não é perfeita, todos erramos, e para aprender as coisas devemos perder/desaprender outras, ainda sinto pesar em dizer seu nome, mas acima de tudo sei que não existiu em vão, o tempo passa, as coisas mudam, tentei trazer os tempos de volta mas não encontrei nada além de outra pessoa, essa é a última carta para você, a última condição de existência que dei para o que já passou e não volta mais, e faz parte da lei da vida encarar o que já foi, dar valor ao que existe no momento pois mais tarde corre o risco dessa existência se tornar saudade, não devemos encarar tudo como se nunca fosse permanecer, mas devemos ter em mente que nem tudo vem para ficar, algumas coisas passam apenas para nos preparar para o que virá e saudade faz parte da natureza humana, pois é na saudade que sentimos que valeu realmente a pena.
Ainda me lembro bem, daquelas tardes que eu passei junto a ti, pedindo para que isso nunca tenha fim, de todos os meus erros eu já me perdoei, hoje tudo que é seu está guardado no fundo do meu peito, para nunca mais esquecer, mas confiante de que meu caminho não terminou, eu sei que aquela pessoa tímida, franzina, acanhada e simples de sorriso sincero que conheci já não existe mais, assim como algo que começa e termina, e acho que a última lição que você me passou foi essa...a de aceitar as coisas e guardar uma saudade, não cabe a mim forçar a existência de algo que ja foi, o que é agora não é mais o agora para mim, você se foi e fim, não tenho compromisso com essa postagem, é a apenas um desabafo para um mês remoto de Junho, não é um pedido de desculpas ou um pedido de reconciliação, apenas uma última carta.





 

Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim


Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

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